quinta-feira, 3 de abril de 2014

Chegar, ver e vencer!

Basta!
Foi um ponto final! A partir de agora vai ser tudo diferente. Para melhor! Uma pessoa não tem de viver no "fracasso" a vida inteira. Os problemas não desaparecem de um momento para o outro, ou não se deixa de ter problemas sequer! Agora, uma coisa são OS MEUS problemas, outra coisa, totalmente diferente, são os problemas DOS OUTROS!
Uma pessoa anda aqui a aprender até morrer e morre sem saber. Mas, uma coisa aprendi agora, não da forma mais simpática, mas, da forma como tinha de acontecer: EU NÃO TENHO DE CARREGAR O FARDO DOS OUTROS! Eu posso ajuda-los, dentro das minhas possibilidades. Mas, os outros, são os outros e, antes de eles, estou eu. E eu tenho de olhar por mim e ser gentil comigo, acima de tudo. 
As pessoas vão sempre revelarem-se não sendo aquilo que esperávamos delas, mas, seremos nós, aquilo que os outros esperam? É a dúvida universal. Não interessa. Não nos compete julgar, compete-nos amar-mo-nos acima de tudo. Nós temos de gostar de nós próprios para sermos realmente felizes. 
A partir de agora, o que é dos outros, é dos outros. O que é meu, é o que me interessa!

domingo, 23 de março de 2014

Silêncio...

Diz o ditado que "Vizinhos da porta que não sejam leais, bom dia ou boa tarde, já são conversa a mais". Seria um belo de um provérbio se:
1º - Eu fosse vizinha da pessoa em questão;
2º - Se a falta que lealdade não estivesse do outro lado;
3º - Se ao menos se dissesse a merda do "bom dia" ou "boa tarde".
É aquilo de que falei há uns tempos acerca da mania da superioridade. A malta acha-se o máximo que quer, põe e dispõe, não precisa de olhar a meios para atingir fins e que as pessoas não passam de mero seres (?!) sem qualquer tipo de interesse para a humanidade exclusiva a que pertencem estes indivíduos com a mania da superioridade.
A culpa também é minha, que estou mal habituada. Andei durante estes anos a afagar-lhe o ego e enquanto ele gostou e lhe fez jeito, ia dando resposta. O problema é que, agora que não passo de mais um troféu para a colecção, já não interesso nada. Se falo, ou não falo é para o lado que dorme melhor. Ele nem sequer, quer comunicar, está literalmente a cagar-se para aquilo que eu sou. Sinceramente, não estou para isto, vou fazer-lhe o mesmo. Vou dar-lhe a consideração que ele me dá a mim, se isso o vai afectar, ou não, já não me vai afectar. Quanto mais me preocupo, mais gozada sou. E eu não tenho cara de palhaça, para ter um indivíduo a rir-se às minhas custas a toda a hora.
O que mais me deixa surpreendida é a forma como ele me trata, ou melhor, me engraxa, quando eu estou a menos de 50 metros dele. Sou sempre uma pessoa muito importante, muito inteligente, muito bonita, muito isto e muito aquilo. Viro costas, já nem me conhece. Ou melhor, até conhece, se eu for à terra dele acompanhada de outra gaja, aí já o posso visitar e a outra pobre não vai ficar à porta não é? Mas caso eu vá sozinha a resposta que levo de volta é qualquer coisa do género: "vens sempre quando não deves", ou então "vens para aqui assim, só pensas em ti", best of "tenho de estar aqui sempre de pernas abertas para te receber". Chega! Chegou o meu ponto final. Se ele quiser que eu vá lá ter com ele ao Cu do Judas, que me convide, caso contrário, nem que eu ande a bater com a cabeça nas paredes, mas hei-de fazer os possíveis e os impossíveis para me aguentar e não ir até lá.
É uma verdadeira cantiga do desprezo, antes ainda gostava de saber como corria o meu dia, gostava de saber como estava a família, a sobrinha, perguntava pelo trabalho. Agora, simplesmente, não quer saber! Se estou bem, ou mal, é para a merda do lado que ele dorme melhor. O que interessa é que ele esteja bem, os outros que se fodam, ou neste caso em particular, eu que me foda. Sou capaz de passar um dia inteiro a olhar para a merda do telemóvel umas 542 vezes seguidas, por segundo, à espera de alguma novidade dele, de um "Olá", de um "Estou bem", de uma merda qualquer que não me faça sentir este ser transparente e insignificante em que ele me transformou. Acho que o excesso de zelo e mimo que lhe dei acabou por lhe criar uma margem de manobra para fazer de mim aquilo que ele quer, sem olhar a meios para atingir fins e nem sequer se interessar por saber que a idiota que lhe está a dar atenção é feita de carne e osso e merece uma filha da puta de uma consideração diferente daquela que ele me está a dar.
Não é fácil ter de lidar com tanta merda junta, ainda se este estupor me desse alguma estabilidade emocional, talvez eu não estivesse neste estado quase depressivo em que a única coisa que eu faço, ultimamente, é lamentar-me da vida de merda que tenho. Eu não tenho uma vida familiar das fáceis, mas sempre poderia separar o trigo do joio, teria a vida familiar onde me ajustava da melhor maneira e tentava lidar da melhor maneira, tinha uma vida laboral, que apesar de haverem cá malucos com a mania que só ensinam o que querem e tratam os outros abaixo de lixo, sempre conseguiria também dar a volta. Mas, tudo isto só poderia ser possível se este anormal me desse uma vida emocional, minimamente, estável. O resto podia até ser uma grande merda, mas ele era a minha tábua de salvação, aquele com quem eu poderia contar, para o bem e para o mal, mas não, aquele tipo só vive para uma pessoa só, que é para ele.
Já perdi a conta às vezes que hoje olhei para a merda do telemóvel a ver se ele me diz alguma coisa. é legitimo que me questionem: "porque não lhe falas tu?", sim é legítimo, mas eu não tenho feito, ultimamente, outra coisa na minha vida a não ser por-me em último lugar a pensar nele e no bem estar dele. E o que recebo em troca?! Silêncio? Isto na minha terra chama-se falta de respeito e de consideração. Ele foi peremptório quando me disse que ia precisar da minha ajuda e eu não lha neguei. Então se eu não nego ajuda à sua excelência, porque é que ele agora anda a armar-se em fino? Primeiro deita-me abaixo ao dizer que foi para uma clínica privada gastar um dinheirão, enquanto que me fazia sentir uma farrapilha qualquer por ter de estar à espera de uma cirurgia num hospital público, no meio do Zé Povinho, sem condições algumas. Agora que se acabou o exibicionismo, já não tem mais nenhuma conversa para ter comigo?  Já deixei de ser uma pessoa interessante, com sabedoria para desenvolver uma conversa com ele? Ou será que para se falar com ele, primeiro tenho de lhe mostrar um extracto das minhas contas bancárias, para ele ter a noção se pode ou não socializar comigo? É que realmente um tipo como ele, não pode falar com uma gaja qualquer, tem de falar com uma tipo à altura dele. Uma tipa com estrutura bancária decente para que ela nunca lhe falte com nada... Nunca lhe pude oferecer prendas caras, só lhe pude oferecer sentimentos, amor, bens materiais não. Não tenho dinheiro para poder bajular um tipo com aquilo que ele quer à hora que ele quer. E como sou uma triste que não tenho onde cair morta, sou assim segregada... De que vale ter canudos, se o dinheiro é o que interessa? De que vale ter cultura, saber ler, escrever, fazer música, se são as notas de euro aquilo que mandam neste mundo cão em que vivemos?
Nunca fui pessoa de olhar a ganâncias, nunca fui gananciosa, nem pretendo ser. Apenas quero viver tranquilamente com aquilo a que tenho direito. Se tiver direito a muito, que assim seja, caso contrário, também não me vou andar a lamentar, arregaço mangas e vou à luta que é o que todos fazem! Quantos é que estão na minha situação? Milhares! Não tenho o direito de me queixar. O que me enoja profundamente é este fundamentalismo de que só quem tem dinheiro é que é gente. E este tipo pensa desta maneira. Gosta de dizer quanto tem armazenado nas contas, gosta de oferecer prendas caras, gosta de ir comprar roupas a lojas caras, tudo por uma questão de mostrar status e que é um tipo que pode e que são poucos os que são como ele. Começo a preferir a conhecer gente pobre, em dinheiro, obviamente, existem pessoas que não têm um cêntimo no bolso, mas têm um cérebro invejável, uma cultura surpreendente e um a capacidade de aprendizagem deslumbrante. Esta pobre alma até tem dinheiro, mas cultura não tem nenhuma, nada percebe de ciência, pouco ou nada de literatura e no que concerne a música só ouve Pink Floyd e Metallica, pois não conhece mais nada e o que conhece, ainda têm de ser os outros a falarem da banda X ou Y, senão a pobre alma nem parte em busca, nem parte à pesquisa de nada.
Mas eu gosto dele, apesar dos defeitos dele que me matam, eu gosto dele. Não gosto desta sua mania da superioridade, de não reconhecer que nem todos nasceram com o rabo voltado para a lua, não gosto que ele fique a olhar para mim com cara de pescada cozida quando lhe falo em fotografia. Não gosto quando ele se arma que é o maior da aldeia dele só porque já foi a Paris... Até estou com medo do mês de Maio e não é por causa da minha cirurgia, é mesmo porque ele vai a Londres e lá vou ter de aguentar com a mania de que "já fui a Londres e muitos ainda não", isto na melhor das hipóteses  porque na pior delas, acontece como quando foi desta última vez a Santiago de Compostela, estava tão armado em bom, que nem falou com os pobres endinheirados e incompetentes que não vão a lado nenhum como eu.
É impressionante como é que uma pessoa que é assim, pode ter a coragem de dizer que os outros não têm humildade para lhe pedirem desculpa quando metem o pé na argola... Ele já meteu tanta vez e sempre achou que tinha razão... Tenho de por mesmo um ponto final nisto.
Gosto muito dele, mas isso não chega, quando eu quero fazer parte da vida dele, mas ele descrimina-me por eu ser pobre e não ter o que ele tem...

sexta-feira, 21 de março de 2014

As esparrelas desta vida.

Não há lei neste país que mande, quem quer que seja, a ser burro! Começo bem, não começo? Pois é, não há lei, nem memorando da Troika, nem filha da putisse alguma que nos obrigue a sermos burros que nem uma porta. Se o somos é porque temos o livre arbítrio de o sermos!
É uma tristeza que, depois de tantas vezes fazer a mesma borrada, venha a vida, armada em carapau de corrida, e nos faça entrar em voo picado para a estupidez. É que já farta! O mais idiota é quando estamos à beira do precipício a saber que corremos riscos e, mesmo assim, avançamos, qual movimento partidário pós 25 de Abril de 74, em que a malta gritava "Avante, camarada, avante!". Avante uma merda! Nem sempre se pode ir avante em certas coisas da vida, há situações em que temos de ter os pés bem assentes em terra e de preferência com um atrás, não vá o diabo tecê-las e uma pessoa estar desprevenida.
Até quebras (ou serão subidas?) de tensão me dá quando penso em certas porcarias que me fazem e acontecem. Aliás, o meu mal sempre foi pensar de mais. Se pensasse menos, certamente que era mais maluca, mas, também, muito mais feliz, sem esta típica expressão de quem está a caminho de um enterro. E se calhar até estou... Estou a caminho do enterro da pouca sanidade mental que ainda me resta!!
Tive um ex-namorado, decorria o ano 2006, que me disse uma coisa que ainda hoje não me sai da cabeça, pois apesar do imbecil ser um grande psicopata, não deixava de ter a sua certa razão nalgumas bacoradas que vociferava. Numa das vezes disse-me: "As pessoas são como as laranjas para sumo, enquanto dão têm de ser bem espremidas, quando deixarem de dar, deita-se a casca ao lixo!", achei nojento um comentário destes, mas na altura tinha 21 anos e ainda acreditava na merda do amor e uma cabana, actualmente  quase com 29, acho que o anormal tem razão. Hoje vivem todos a espremerem o melhor que quem os rodeia têm  e quando deixam de lhes servir, ou seja, de deitarem sumo, arruma-se com a casca fora, isto é, a pessoa que se foda.
Andam a brincar às casinhas comigo, ou se não andam, pelo menos parecem. Até recentemente, sabia em que terreno é que estava a pisar, no que estava metida, qual o objectivo e a minha função. Actualmente, não sei de merda nenhuma. Não sei o que faço, ou tenho de fazer, não sei se estou sozinha, acompanhada, ou mal acompanhada. Mal reconheço a pessoa com quem tinha mais certezas que incertezas, neste momento olho para essa pessoa, e raios me partam, se não tenho a sensação de que estou a olhar para um estranho.
A vida é mesmo esta mixórdia de temáticas, como diz o outro, em que cada dia que passa o ser humano transforma-se num enorme burro. Especialmente quando acredita no que não existe e em pessoas que, de um momento para o outro, deixaram de ser aquilo que conhecíamos para ser uma certa partida para a loucura e desconhecido. 

quarta-feira, 19 de março de 2014

Mais do mesmo e vira o disco...

Caramba! Ainda não fizeram 24 horas que reclamei a mania da superioridade e hoje sou obrigada a levar com outra dose da mesma porcaria... Começa a faltar-me a paciência para certas coisas... Ou certas pessoas...
Eu sei que estamos numa fase necessitada, eu sei que todo o mimo é pouco, eu sei que tenho de ouvir mais e falar menos, eu sei que tenho de estar ali para o que der e vier... Eu sei! Eu sei dessa merda toda, alguma vez falhei? Pensava eu que não...
Hoje foi dia de consulta. Eu sabia e tinha dito, no dia anterior, que era rotineiro e que era para ver se tudo estava bem e que que se iria confirmar de que tudo estava realmente bem e assim foi. O que falhou então?! O que falhou, foi eu estar de folga e ter combinado com alguém que iria fazer uma sessão de fotografia e esse mesmo alguém falhou comigo... Eu fiquei um bocadinho irritada (sem razão nenhuma, as pessoas falham porque a vida é mesmo assim, ora essa), desabafei a minha irritação e lá veio a pergunta fatal, ou afirmação fatal: "não perguntaste, mas a consulta correu bem" ou qualquer coisa do género. Foda-se! Obrigada por me lembrarem sempre que meto o pé na argola!! Tenho tido doença na família, perguntaram vocês como estava o meu familiar? Pois, ele também não! Vou ter consulta amanhã, fizeram referência a isso? Não!! Nem vou falar sobre o assunto, sempre quero ver se na hora H ele se lembra de alguma coisa. Estou cheia, farta, a deitar pelos olhos e pontas do cabelo, que apenas me notem os defeitos e não se dêm ao trabalho de, pelo menos uma vez na puta da vida, repararem que no meio de asneiradas também sei ser um ser humano.
Ninguém me manda andar armanda em Madre Teresa de Calcutá, a andar atrás dos outros preocupada com eles, mas se o faço é porque tenho gosto em ajudar quem me é próximo, gosto de saber se está tudo bem, se é preciso eu fazer alguma coisa. Mas não, só reparam se eu pergunto ou não se a consulta correu bem, o resto do bem que eu faço cai em saco roto, é lixo, não interessa.
O que mais me irrita é que quando estas merdas acontecem, tenho de implorar por desculpas, andar atrás a beijar as areias que são pisadas, a fazer vénias, entre outras coisas, só para obter perdão. E mesmo assim, não se esquecem, mais dia, menos dia, ainda vou acabar por levar com este episódio triste no fucinho e ser tratada abaixo de ingrata...
Eu, muito sinceramente, não sei porque ando atrás deste gajo, são mais os motivos que tenho para me por a andar, do que para ficar, ele é egocêntrico e com isso até podia eu bem, se ele não fosse mulherengo, aí sim, fico com o estomago às voltas. Nunca gostei de um tipo mulherengo e este senhor gosta de andar a dar a tanga a todas que conhece... Ele até pode partilhar este mau momento comigo, mas de certeza que não sou a única a quem ele foi pedir colo! Tenho quase a certeza. É do tipo, "não dás tu, dão as outras" e eu acho isto tão miserável, tão abaixo de cão, mas cada um sabe de si.
Vamos ver como correm os próximos episódios, é que isto, espero eu, não são só coisas más, ainda acredito num volteface em que ele ainda me surpreende e eu deixo de me preocupar com a sua típica propensão de mulherengo... Ou se calhar não, vou continuar a ser tratada com a típica frieza, do tipo que até me convidava para o visitar, se eu for à terra dele com uma amiga...

terça-feira, 18 de março de 2014

Das 9 às 5 (17)... No máximo às 6 (18)!

Temo e penso para com os meus botões que alguém me andou a mudar os horários sem me dar um aviso prévio. Até há bem pouco tempo o meu horário de funcionamento era ali a partir das 17 horas e estendia-se até à 01 da manhã, mesmo que já estivesse a cair da tripeça com o sono a latejar-me em todos os cantos do cérebro...
Alerta, alerta!! É que há coisa de uns dias que isto mudou... Agora começa-se a ser-se gente logo às 9 da matina, até às 17 horas... Cá para mim, agora sou "funcionária pública" e não dei conta. Não gosto muito que me mudem o horário de funcionamento sem um aviso prévio, é que com o hábito, já não sei "acordar cedo" para abrir o expediente logo às 9! Vejam lá isso se fazem o favor!
Este é o verdadeiro desfiladeiro de imbecilidade, que um imbecil (não é por acaso que é uma imbecilidade) vive em prole de um outro imbecil, que ao contrário do primeiro, sofre daquela doença grave que eu também gostava de padecer que é a esperteza. Ser-se inteligente e ser-se esperto não são a mesma coisa, a primeira é o resultado do uso do cérebro, a segunda é o resultado do uso de uma certa maldade. 
Quando se muda o horário de funcionamento de uma pessoa, assim sem mais nem menos, só podemos chegar a duas conclusões, ou quem muda de horário já mudou de plano em relação a nós, ou então é doido varrido, quando se juntam os dois motivos, temos uma espécie de guerra civil armada.
Não é fácil lidar com a alteração de horários, uma pessoa vive numa espécie de expectativa (que vá, é estéril, mas como sou parva, ainda acredito que daqui saia alguma coisa). Quando nos dão a volta ficamos ali a rodar em espiral, atordoados, sem saber muito bem o que fazer da vidinha. É quase como um "agora vais deixar de ser padeiro para seres ardina", opá , alguém que explique ao gajo que mudou o horário, que existe uma coisa que qualquer ser humano normal tem, que é o choque ao fuso horário, dêem tempo à alminha penada para se habituar a ficar acordada de dia, em vez de ficar a fazer ricochete durante a noite...
Neste esquema de troca de horários o que se trata é uma demonstração de amizade, um "estou aqui do teu lado para o que der e vier", só que neste caso em especifico, para além do outro lado fazer aquilo que lhe dá na real gana, porque está em convalescença e isso é motivo para ter um excesso de mimo (reconheço-o e bem), sei que quando se virar o bico ao prego, que é como quem diz, quando for a minha vez de ter alguém do meu lado, com paciência para aturar a minha ansiedade e frustração por estar com um joelho empenado, sem poder defender-me sozinha, quem estou a ajudar agora, vai simplesmente desaparecer, não vai ter paciência para o meu desespero e vai afastar-se. E digo isto porquê?! Porque já me fez antes, quando andei com um colar cervical à volta do pescoço. Não teve paciência para mim e simplesmente desandou durante uns tempos, quando voltei ao meu estado normal, também voltou, alegre como se nada tivesse passado.
Lá vem a velha história: e que tal manda-lo ir dar uma curva?! Não consigo... Gosto demasiado dele para o despachar e quando sei que ele está a passar por um mau momento, ou um momento menos bom, como agora, não sou capaz de lhe virar as costas. Isto tudo, apesar de ele já me ter atirado à cara que só penso em mim... Enfim. Vou continuar a ter a maior das paciências que me são possíveis e ser o mais forte que posso, ele não está bem e a minha função, como amiga que sou, é de o ajudar, mesmo que por momentos me vá abaixo com os disparates dele. Preocupo-me demasiado, não consigo ficar indiferente, quero que ele melhore depressa e bem.
O que mais me desanima é que eu sei que quando ele está sozinho, lembra-se e vem ter comigo, conta comigo, pede-me que cuide dele, é carinhoso e percebe que eu estou ali para o ajudar. O problema é que eu sei que quando ele está acompanhado, eu passo automaticamente para segundo, ou terceiro, ou quarto plano, se não passar logo, num voo picado, para um décimo sétimo plano abaixo de zero. Se ele precisa de mim, deveria precisar a "tempo inteiro" ou estarei enganada?! Ou eu só sirvo para ocupar um lugar vazio, tipo os desempregados que assinam contratos para ocuparem a vaga de uma grávida? Não sinto que haja justiça nesta merda. Mas ele é que sabe, eu vou continuar a ser amiga e prestável como o tenho sido, dentro das minhas possibilidades, até agora.
O que eu realmente gostava, era que este espírito de amizade e camaradagem se mantivesse, também, para o meu lado. Não é justo eu dar o melhor que posso e tenho e depois nem um carinho receber de volta. Eu, tal como ele, também vou precisar, mas como já o disse, tenho quase a certeza que não vou poder contar com a presença dele. Ou, quem sabe, até possa ser surpreendida e ter mais do que aquilo que peço... Nunca se sabe o que realmente vai na cabeça e no coração dos outros.
A amizade é uma troca de sentimentos. Numa amizade a sério, protege-se, acarinha-se, presta-se auxilio nos momentos menos bons. Não se está ali apenas para dar palmadinhas nas costas e beber uns copos. A amizade deve ser levada a sério entre os amigos, estes devem ser os pilares uns dos outros, pois quando não nos resta mais ninguém, apenas temos os nosso amigos. 
A noção de amizade tem vindo a deteriorar-se com o passar dos anos e das gerações. No tempo dos meus pais, que nasceram nos anos 50, as amizades eram puras e não é por acaso que quando, nos dias que correm, se encontram falam-se e respeitam-se como há 30/40 anos atrás. Estou a lembrar-me que os meus pais emigraram para a Austrália em 1984 e ainda hoje preservam as amizades que lá fizeram, isto de tal maneira, que quando a malta do outro hemisfério vem até ao nosso, eles ficam em minha casa a confraternizar durante dias e fazem questão de verem os meus pais. Na minha geração já não há nada disso... As amizades agora fazem-se nos tascos e no Facebook, a duração pode ir dos 6 meses até aos 3/4 anos, mas não passam disso, são fúteis e ainda por cima, mantidas à distância.
Mas, voltando à questão da troca de horários, até quando é que uma pessoa aguenta outra que apenas se lembra dela quando lhe dá na telha? Não teremos nós uma vida própria para a qual temos de olhar e gerir, não teremos nós, porventura, o nosso trabalho para fazer e a nossa vida familiar, também, para cuidar? É que quando sou eu que lhe troco os horários, o menino não gosta e fica aborrecido e recebe-me com duas pedras em cada mão! Sua excelência não gosta nada da mudança de horários. No entanto, quando é ele que os muda, quem sofre a mudança, tem de se contentar com o que tem, com o que lhe fizeram e, embora, fique virado de pernas para o ar, tem de mostrar compaixão, paciência e outras coisas, só porque "estamos todos a passar um mau momento". Bem... A ver vamos se não se alteram mais os horários até ao fim do mês, ou se pelo menos se volta à normalidade.
Venham as costas largas, que o resto vem por acréscimo, é das 9 às 5 (17)? Então 'bora lá a isso! 

segunda-feira, 17 de março de 2014

A mente ocupada...

Existem vários tipos de escritores (quem pratica o prazer da escrita com frequência, pode considerar-se um elemento desta espécie)...
Existem os escritores da ocasião, que são aqueles que aproveitam todos os detalhes de um dia passado, para os retratar num diário, pode não ser uma forma de desabafarem, apenas pode ser um método para ocuparem o espaço de tempo que ainda lhes resta do dia, como o podem fazer para, simplesmente, se recordarem num futuro qualquer daquilo que já viveram, quer os tenha feito felizes, ou não.
Existem os escritores para as massas, que é como quem diz, aquele tipo de nomes sonantes que vemos numa livraria Bertrand, mas que de livro e escrita pouco tem, pois apenas foi uma nova forma de se escrever o "Atirei o pau ao gato" de uma maneira mais 2014. Esses escritores, são aqueles que vivem à pála de encherem a sociedade de lixo literário. Eu que sou uma consumidora pontual de literatura, posso dizer que já li mesmo de tudo, nunca recomendo, ou ofereço um livro a ninguém, sem o ter lido antes. E acreditem há mesmo muita sucata à venda...
Existem, ou melhor, existiram os grandes escritores, que transformaram a vida da sociedade com um poema (lembrei-me do "Ser Poeta" da Florbela Espanca, que a maioria pensa que se trata de um "Perdidamente" escrito pelo Luís Represas...), que mudaram mentalidades com um romance (e não temos assim tão poucos, "Amor de Perdição" do Camilo Castelo Branco, "Os Maias" de Eça de Queirós...), livros que fizeram com que as filosofias sobre o existencialismo não passassem de loucuras da época (sim, para quem me percebeu, estou a falar do livro "Aparição" de Vergílio Ferreira.).
Poderia falar de muitos mais tipos de escritores, daqueles que não conseguem ser um só e partem para várias pessoas que vivem dentro de si ou não fosse o Álvaro de Campos, o Alberto Caeiro, o Ricardo Reis e o Bernardo Soares, todos a "mesma pessoa", o próprio Pessoa... E coloco o "mesma pessoa" entre aspas  precisamente porque o poeta (tenho para comigo, que se o indivíduo existisse nos dias que correm, era considerado esquizofrénico e estaria internado com amarras no Júlio de Matos, pois a sociedade que tanto evoluiu, não consegue compreender que existem pessoas sobredotadas, ou se calhar até compreende, não quer é aceitar, porque vivemos todos a olhar para o próprio umbigo e não deixamos, nem queremos, nem aceitamos, que "a galinha da vizinha é melhor que a minha") faz questão de ser cada uma das pessoas que criou no seu intelecto (prefiro chamar-lhe intelecto que imaginário, porque os imaginários ficam na deles à espera que chova e os intelectuais criam obras e deixam legados, como foi o caso) sejam distintas umas das outras, para que o leitor não as confunda.
Depois existem os idiotas como eu! Sim, se eu fizesse alguma coisa de jeito, o meu blogue até era mais ou menos conhecido (estilo Pipoca Mais Doce, com a única diferença que eu não conheço a nova colecção da Zara), eu até já tinha escrito um calhamaço de 542 páginas (sem contar com capas, contracapas, prólogo e epílogo), já tinha ganho um daqueles prémios ranhosos de literatura que não servem para nada, apenas para aparecer 3 segundos num qualquer jornal das vinte horas e desaparecer nos 3 segundos seguintes, já tinha viajado para os States a promover a "obra" e acabava os próximos anos como subsidiodependente a sacar putos da linha de Cascais uns seguidos aos outros (com todos o respeito que devo às pessoas normais que habitam lá na vila, até porque tenho lá família). Mas como não nasci com o rabo virado para a lua, sou uma escritora sem nome (no blogue, claro!), que escreve asneiradas umas seguidas às outras sem qualquer nexo, que adora escrever para o tecto (os candeeiros de tecto são excelentes leitores) e que achou que escrever é o melhor remédio, quando já não há remédio nenhum para salvar a minha geração e as gerações que se seguem, pois como já me disseram uma vez "enquanto não abrir a época da caça ao coelho, nada feito!"
Eu sou uma vagabunda da escrita, tanto posso ser poética, como romântica, como um zero à esquerda (quase sempre), ou uma, reitero, idiota que decidiu criar um blogue para deitar quantos palavrões lhe vem à cabeça cá para fora! Há quem diga que tenho vocação para a escrita, a esses eu digo para beberem uns chás de camomila em substituição dos finos que enfiam lá em cima no Maria Xica! Há quem diga que tenho de aprender a por pontos finais, gosto mais das reticências, não ofendo, ninguém me ofende e tal como os pontos finais, não dá margens a dúvidas... digo eu. E depois há quem diga que de tanto ler o Vergílio Ferreira fiquei pior que um pica-pau às marradas num cepo velho... Confesso!! Gosto mais desta última opinião!
A escrita, ao contrário do que se pensa, não é algo que se imponha. Sim, conheço muito boa gente, que acha que a escrita surge na pessoa, logo aos 6 anos, quando vai para a primária. Minha gente, saber escrever e ser escritor são duas coisas completamente distintas. Uma aprende o básico que o ensino (também designado básico) lhe incute: a soma de letras que culmina numa palavra, a soma de palavras que culminam numa frase. Nada mais. O escritor, escreve o que lhe vai na cabeça, o que lhe vai na alma, o que lhe vai no coração, o que vê na sociedade... O escritor faz magia com as palavras. O escritor pega num assunto e expõem, recria, faz evoluir. O escritor usa a escrita como a sua arma de defesa perante as adversidades que a vida lhe dá. É raro o escritor que baixe a guarda! E aquele que o faz, ou já se cansou da vida e de tudo o que ela lhe mostra, ou então, tiraram-lhe a pena e o tinteiro à força!
Afinal, não me considero escritora, nem tão pouco uma pessoa que aprendeu a somar letras e palavras, sou uma entertainer de mim mesma, sou eu que estou no que escrevo e o que escrevo sou eu. Os meus olhos, os meus ouvidos, o meu tacto, o meu pensamento, o meu coração, a minha alma, está no que escrevo. De uma forma menos subtil, sou uma palhaça do meu próprio circo, o papel é a arena, a caneta (ou teclas) são as minhas massas e demais ferramentas e eu vou, com o tenho, fazendo as minhas palhaçadas no papel. Cada palavra é um profundo sentimento sem segundas intenções. Sou o que sou. Sou uma apaixonada pelo que faço. E como todo os apaixonados pela sua "obra", tento fazer a minha como o maior sentimento de amor que me é possível. 
Dizem que os românticos são aqueles que oferecem flores... Pois bem, pergunto: onde estão as grandes cartas de amor à moda antiga?! Onde param? A minha geração não quer saber do Fernando Pessoa, ou do Eça de Queirós, do Aquilino Ribeiro ou do Camilo Castelo Branco, mas também perdem. Perdem quando conquistam num bar e não sabem falar, perdem quando conquistam numa rede social e não sabem escrever (a alguns deixo uma dica, apesar de também dar erros ortográficos, "ideia" é português de Portugal e "idéia" é portugues do Brasil...), perdem quando... a rapariga vai à livraria e ele fica à porta, ou olha para os livros como quem olha para prateleiras vazias (infelizmente já tive companhias dessas), perdem quando a rapariga oferece um livro e o rapaz olha para ele e nada vê (nem que o livro seja uma décima edição de uma romancista conhecida à escala mundial). A minha geração, em termos literários, não presta! Leram "Os Maias" porque tinham de fazer uma prova global... E só conhecem o grande Manuel Alegre das eleições para as presidenciais, ou "eleições para uma merda qualquer que aconteceu em Portugual já depois do ano 2000", sem nunca saberem que ele é um escritor de primeira pena, um poeta, um trovante do vento que passa (lá estou eu outra vez... que mania tenho eu de escrever em mandarim... "A Trova do Vento que Passa", sabem lá, os da minha geração, do que falo).
No entanto, como, apesar de mostrar desagrado por se saber tão pouco de escritores e de literatura nos tempos de hoje, ainda consigo ver uma luzinha ao fundo do túnel. Ainda existem aqueles como eu, que sabem o que é literatura e, certamente, passarão a paixão de ler e escrever aos seus filhos... Como diria Luís de Sttau Monteiro: "Felizmente Há Luar".



segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Há dias assim...

Há dias em que, por mais que me esforce para andar bem comigo e com todos, tem sempre de haver uma merda que estrague tudo. 
Não foi há muitos dias que postei sobre pugilistas de murros no estómago, pois bem, há artistas que começam os treinos em grande logo no início do ano. Será que respeitar vontades e simples pedidos é assim tão dificil para quem se diz ser tão amigo?! Já ando revoltada com esta merda há uns dias e sinceramente, ou me controlo, ou vou parar ao Júlio de Matos antes do tempo.
Ninguém é perfeito, já se sabe. Eu também não sou e faço muita asneirada, mas continuo sem perceber como é que depois de pedirmos a alguém para NÃO FAZER MERDA, esse alguém vai e FAZ MERDA! É estúpido, não é normal. Uma coisa é fazer as merdas por alta recriação sem ter ninguém a avisar para se ter uma postura normal, outra é depois de um aviso "Opá não faças...", fazer-se a asneirada, borrar a pintura toda e ah e tal "foi um momento de fraqueza...". Foda-se! Não entendo! Estou revoltada! Puta que pariu esta merda! Não há Valdispert que me sossegue...
O mais engraçado no meio desta cagada toda é que eu sou uma idiota! Uma perfeita idiota! O que aconteceu comigo, se acontecesse com muito boa gente que conheço, era motivo para um black-out vitalício. "Queres que te desculpe?! Ok!! Xau, adeus e nunca mais voltes!", e ficavam as desculpas dadas...
As pessoas, ou certas pessoas, passam a vida atrás de arranjarem confusão. Confusão essa que pode dar cabo da vida, da paciência e da puta da sanidade mental de alguém. Criam um sistema nervoso tal, que uma pessoa fica com a cabeça a andar à roda, nem come, nem dorme, nem fode, nem sai de cima! Enfim, fica metida numa bela merda!
Por mais conselhos e perdão que se possa dar, do que esses adeptos da confusão precisam, é de terapia. Uma terapia qualquer em que alguém lhes abra a cabeça ao meio e meta lá dentro uma coisa chamada sensatez! Reitero que tenho os meus defeitos, mas se alguém me pede para não me meter em atalhos, eu não me meto. Ponto final. Quem me pede para não fazer merda sabe bem o porquê de me estar a pedir tal coisa, quem sou eu para me armar em carapau de corrida e me achar a maior da minha aldeia para desafiar quem me faz pedidos?
Ando nervosa com esta situação. Estou a deixar que o excesso de nervos me afecte o dia-a-dia noutras áreas, as quais nada têm a ver com o problema em questão. Estou revoltada, desolada, triste, sem vontade para nada nem para ver ninguém. É triste como um acto impensado de alguém pode dar cabo da nossa estabilidade. Uma pessoa perdoa e até acredita que quem nos fez merda possa realmente estar arrependido e, como tal, mereça ser desculpado e ter uma nova oportunidade para se redimir da asneirada que fez... Mas lá no fundo fica sempre aquele pequeno sentimento de desconfiança. Fica-se de pé atrás, a pensar "E se me voltas a fazer a mesma merda?!", assim nascem as inseguranças... Não me apetece sentir insegurança por nada. Não me apetece. Ponto final. Tou farta de sentir esse tipo de merdas que me fazem mais mal que bem.
Tanta vez que já me disseram para partir para outra, não sou capaz, não sou gaja para deixar ninguém pendurado por um capricho ou excesso de orgulho, essa merda pode prejudicar quando se pensa que poderá fazer bem. As pessoas não são farrapos, ou pastilhas elásticas que se usam e se deitam fora. Eu pelo menos, nem penso, nem faço isso... Se fazem comigo, que Deus lhes perdoe!
Há dias assim... Dias de merda... Dias que não deveriam existir... Dias filhos das putas que deixam nódoas que custam a sair... Respiro fundo uma vez, e outra vez, e outra vez à procura de alguma paz de espírito. Sei que a vou encontrar, obviamente, só não sei é quando, e até lá vai ser uma merda. Vou andar a moer a minha paciência em pensamentos, em porquês... Venham as respostas, o mais depressa possível.
Há dias assim... Pois há... E a única maneira de lhes fazer frente é ter paciência, respirar fundo e dar tempo ao tempo, para que o tempo traga novo oxigénio, mais leve e respirável.