quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Basta!

Há muito tempo que ando para ter um pequeno "desabafo" virtual, se ainda não o tive, foi porque me contive bastante e tentei à força toda não dar muita importância ao caso. No entanto, cheguei ao meu ponto de saturação e decidi deixar aqui umas palavra, pois, as redes sociais não servem apenas para partilhar parvoíces, fotos ainda mais parvas e ligações descontextualizadas. As redes sociais, quando bem utilizadas, também servem para deixar aviso, ou, reitero, "desabafos" como é o meu caso.

Há já algum tempo que tenho andado a ver, ouvir e ler coisas com um sentido completamente pejorativo e ignorante sobre a Comunicação Social.

Eu sou licenciada em Comunicação Social! E tenho muito orgulho nisso, sou licenciada em Comunicação Social com variante em Marketing e actualmente encontro-me a tirar mestrado em Comunicação e Jornalismo. E tenho MESMO muito ORGULHO nisso! Passo a explicar: para quem não sabe, Comunicação Social não abrange apenas jornalismo, abrange jornalismo, marketing, publicidade e relações públicas... Logo não percebemos apenas de uma coisa, mas de várias.

Não foi há muito tempo que vi a circular uma foto pelos meus contactos (vi a foto várias vezes) com comentários depreciativos e, perdoem-me a minha sinceridade, completamente ignorantes sobre uma promoção da FNAC que envolvia a troca de produtos de cariz cultural. "Troque os Maias pela Meyer", confesso que para os mentecaptos que habitam na nossa sociedade foi uma escolha de difícil compreensão e, por isso mesmo, má. Para quem sabe o que é marketing e publicidade, sabe que as "forças de expressão" e os trocadilhos é que funcionam, para facilitar a memorização do serviço ou produto. Se a intenção da marca fosse mesmo a troca dos Maias pelos livros da saga Crepúsculo, então o slogan seria "Troque o Eça de Queirós Pela Stephenie Meyer"...

Em relação à dúvida, na minha opinião, burra, que se gerou em torno do trabalho da Meyer ser ou não cultura... Bem... Devo dizer que a cultura pode manifestar-se de várias formas: pela leitura, pela música, pela escrita, pelo cinema, pela gastronomia, entre muitas outras coisas... A saga Crepúsculo é composta por cinco livros (Crepúsculo, Eclipse, Lua Nova, Amanhecer e A breve segunda vida de Bree Tanner) e quatro filmes (Crepúsculo, Eclipse, Lua Nova, Amanhecer)...

Outra coisa que me anda a causar espécie é a forma como vejo que tratam os jornalistas... Não sei por onde deva começar, se pela junção de termos que culminam com a frase "filhos da puta", ou se pelo termo "vendidos"... Existem vários tipos de jornalistas, os pivots, os editores, os repórteres, os foto-jornalistas, os operadores de câmara, etc... A esmagadora maioria dos jornalistas que dão as notícias ao público são pequenos-médios jornalistas, são pessoas como as outras (que têm outras profissões pelos vistos mais dignas) que têm família para sustentar e contas para pagar ao fim do mês e lutam. Lutam muito, porque não se pense que um jornalista é um tipo rico (não estou a falar dos pivots, nem dos dinossauros), muitos de nós vamos para a guerra, sujeitos a levar um tiro nos cornos, ou para o meio de uma guerra de claques levar com very-lights, ou a ser apalpados (no caso das jornalistas), entre outras situações, muitas das vezes em troca de 600/700€...

Um jornalista baixo-médio, quando faz uma notícia, é para o público em geral, e não exclusivamente para a pessoa A, B, ou C! Se existem trocas de favores (dinheiro) de certeza que não passa pelas mão do totó do jornalista pequenito, passa pela mão de outros, que mandam em nós. O que o público ignorante e estúpido não sabe, é que muitas das vezes o texto ou peça que vêm já tiveram mais de 10 versões, que fazemos uma e outra, e outra vez a mesma merda que está sempre a ser reprovada, até fazermos aquilo que os outros querem. Mas, o clássico jornalista a quem chamam de "filho da puta" e "vendido" é exactamente aquele não é nem uma coisa, nem a outra!

Costuma-se a dizer que a falta de actividade e cultura geral faz com que o povo se entretenha a criticar! Concordo plenamente!

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